Às 6h23 do dia 2 de junho (19h23 do dia 1º de junho no horário de Brasília), a sonda chinesa Chang’e-6 pousou no lado oculto da Lua, tornando-se a primeira missão robótica a coletar amostras na face do nosso satélite natural que fica a maior parte do tempo invisível. Transmitida para a Terra pelo Queqiao-2, o pouso ocorreu na cratera Bacia Pólo Sul-Aitken.
A Chang’e-6 é uma sonda, lançada no dia 3 de maio, do Centro de Lançamento de Satélites de Wenchang, no sul da China. A missão é composta de um orbitador, um retornador, um módulo de pouso e um ascensor. No dia 30 de maio, módulo de pouso e ascensor se separaram do orbitador e retornador, já na órbita lunar.
Segundo a agência espacial chinesa, 14 minutos antes da alunissagem, o módulo de pouso/ascensor iniciou sua fase de descida, ativando seu motor principal de 7,5 mil Newtons com empuxo variável, para controlar a velocidade e a trajetória. Enquanto isso, o satélite Queqiao-2 retransmitia as imagens e dados para os controladores na Terra, pois o lado oculto da Lua está sempre desconectado com o nosso planeta.
Qual é a missão da Chang’e-6 no lado oculto da Lua?
A Chang’e-6 entrará para a história ao coletar as primeiras amostras lunares frescas no lado oculto da Lua, usando uma furadeira e um braço robótico. Ela também coletará dados do entorno usando um detector de radônio e outro de íons negativos, além de um minirrover. Os dados de telemetria serão serão transmitidos para a Terra pelo Queqiao-2 .
A ideia é reunir até 2 kg de amostras lunares, armazená-las no estágio “ascendente”, que decolará da superfície lunar, transferindo as amostras para o orbitador. Este retornará à Terra, e liberará a cápsula através da atmosfera terrestre, até o pouso programado na Mongólia Interior.
Por que a missão Chang’e-6 é importante?
Além de importante demonstração das habilidades e capacidade tecnológicas da China como player na exploração espacial, a missão foi a segunda a descer em solo lunar (a primeira foi sua “irmã” mais nova Chang’e-4), mas será a primeira na história a coletar rochas naquele local, e decolar de volta à Terra.
A grande expectativa em relação ao polo sul da Lua é que, por receber pouca luz solar direta, a região possa conter grandes quantidades de água gelada armazenadas em crateras constantemente sombreadas, um importante recurso para futuros assentamentos humanos.
Mantido no escuro durante toda sua história, o chamado lado oculto da Lua passará a viver momentos de grande agitação e exposição nos próximos anos. O rover VIPER da NASA, parte da missão Artemis, deverá alunissar no final deste ano.
E, em 2026, a Chang’e-7 levará à região polar da Lua sua inédita “sonda saltitante”, ou “veículo saltador lunar”, que, combinando foguetes com rodas, promete saltar sobre obstáculos.
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